A ansiedade é uma reação que podemos ter ao acharmos que existe um risco futuro a caminho. É difícil não sentir ansiedade ao se dar conta de que você acorda cansado mesmo que o dia só tenha começado ou que irá dirigir por uma estrada muito perigosa no dia seguinte.
Sentir-se ansioso por causa de uma prova pode te motivar a se preparar mais para ela e com maior antecedência. Então embora a ansiedade geralmente não seja agradável, tanto a ansiedade quanto o medo podem ser muito úteis nas nossas vidas.
O problema surge quando a ansiedade é muito intensa, irrealista e prolongada. Quando a reação de ansiedade é desproporcional à sua causa, Isso pode atrapalhar a pessoa a viver a sua vida.
Se a ansiedade de alguém atinge níveis muito extremos por um período prolongado, impedindo a pessoa de sentir satisfação com a vida, ela pode desenvolver algum tipo da condição conhecida como transtorno de ansiedade.
Os transtornos de ansiedade são de longe os transtornos mais comuns de serem observados no mundo todo, prejudicando cerca de 7% da população mundial.
Na psicologia, o medo e a ansiedade são consideradas duas coisas diferentes.
O medo é uma emoção negativa e aguda diante de uma ameaça percebida no presente imediato. Já a ansiedade costuma ser uma reação também negativa, porém mais longa, diante da percepção de risco em uma situação futura, e não na situação na qual o indivíduo se encontra imediatamente.
O medo está ligado ao presente, a ansiedade está ligada ao futuro.
Transtornos de Ansiedade
De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, mais conhecido como DSM, existem 7 tipos diferentes de transtornos de ansiedade.
Outros transtornos como o TOC e o transtorno do estresse pós-traumático foram considerados por muito tempo transtornos de ansiedade, mas a última edição desse manual os separou em outras categorias.
O DSM é uma tentativa de classificar as condições psicopatológicas mais comuns na população, e de tempos em tempos ele é modificado a partir dos novos conhecimentos que foram produzidos.
Todos os transtornos de ansiedade envolvem em algum nível sintomas cognitivos, como por exemplo, receio de perder o controle ou ter algum dano, sintomas emocionais como ficar nervoso, assustado ou apreensivo, e sintomas comportamentais, como agitação física ou evitação de situações ameaçadoras.
Muitas vezes, é difícil diferenciar a ansiedade que todas as pessoas vivenciam regularmente da ansiedade que alguém diagnosticado com um transtorno de ansiedade vivencia.
Não existe uma divisão clara e indiscutível entre o que é uma ansiedade normal e uma anormal. O que fazemos diante dessa grande dificuldade é adotar critérios de uma maneira inteligente para concluir se a ansiedade de alguém atinge níveis extremos e prejudiciais.
As causas dos transtornos de ansiedade
Assim como outros transtornos mentais, os transtornos de ansiedade tem diversas causas possíveis. Os genes, a cultura, as interações sociais, eventos traumáticos e o uso de substâncias tais como drogas são algumas das influencias mais importantes.
Alguns psicólogos acreditam que apesar de poder gerar tantas consequências negativas para nós hoje em dia, a ansiedade foi e ainda é essencial para nossa sobrevivência.
Nem sempre a Ansiedade é algo ruim
A ansiedade funciona como um mecanismo de proteção que nos torna mais atentos à possíveis futuras ameaças e nos permite planejar nossos comportamentos para evitar situações ameaçadoras.
Quando a ameaça é real, a ansiedade pode acabar salvando a sua vida, só que nossa imaginação nos permite perceber ameaças que não são realistas ou prováveis de se
concretizarem.
Nossa capacidade de formular cenários mentais alternativos sobre o futuro é ao mesmo tempo nossa dádiva e nossa maldição enquanto seres humanos, já que às vezes essa capacidade se vira contra nós mesmos ao invés de apenas nos proteger.
No contexto dos transtornos de ansiedade, o perigo frequentemente não existe enquanto um fato objetivo e inquestionável, mas sim enquanto uma criação distorcida da mente ao tentarmos entender o que irá acontecer.
Existem diferentes tratamentos para cada um dos tipos de transtornos de ansiedade que demonstraram uma grande efetividade em vários estudos clínicos.
Assim como no caso da depressão, o nosso principal problema não é a falta de opções de tratamentos, mas sim a falta de informação e de procura por profissionais.
Referência: Youtube